Uma vida por nada

Ninguém vai se acostumar nunca com essas notícias de assassinatos de jovens, cuja vida, no instante do homicídio, valia apenas celular, um tênis, um real, uma bobagem qualquer... Ninguém nunca vai imaginar a dor que rasga o peito dos pais e dos amigos de quem perde um filho, um amigo, um irmão que apenas começava a viver.

Uma semana é Talia Cristina, 15 anos; dias depois, Mailson Rodrigues, 17... e amanhã , quem será? Quem nos garante que a dor sentido agora por quem lamenta tais perdas não nos atingirá quando menos esperarmos? Rezemos que não.

Daqui a pouco esqueceremos mais estes crimes. Porque está virando coisa comum, vermos estampados nos portais e blogs os rostos de jovens, alguns sorrindo até, que talvez nem saibam que não mais pertencem ao mundo dos vivos, tal a forma trágica e rápida como lhe tiram o que tinha de mais precioso: a vida. Isto porque não lhe puderam tirar um celular ou  outro objeto qualquer. Como se tudo tivesse o mesmo preço. E talvez até tenha, para quem nunca ouviu falar de Deus, de amor, fraternidade...

Ninguém está fazendo nada para preparar nosso jovem a não experimentarem as drogas. Lícitas e ilícitas, porque a partir do experimento de uma chega-se às outras. O que se tem é repressão, crescente, aliás. Nenhuma prevenção. Faltam políticas públicas decentes e eficientes nesta área. E o resultado é uma geração comprometida com valores distorcidos, em nome de uma modernidade que só afasta do que é positivo. Enquanto isso, a classe política pensa na próxima eleição. Tira o trabalho de um jovem concursado para dar a um apadrinhado.

Na TV os políticos resolvem todos os problemas; falam de planos e projetos, políticas de combate a isso e aquilo, enquanto os traficantes fazem a “festa” na porta das escolas. Lá dentro a coisa não é diferente, onde os “drogados” são uma ameaça à vida de professores, que ainda não deixaram a profissão, alguns simplesmente por falta de opção.  Até quando?

Não faltam planos e projetos para “trem bala”, transposição do rio São Francisco, milhões para a Copa do Mundo, milhões para trazer o Papa ao Brasil, porém, para educar seres humanos, afastando-os do vício, faltam ideias, boa vontade, espírito cristão.

Coloquemo-nos no lugar do pai que vê o filho sair de casa e minutos depois recebe a noticia de que ele foi morto por reagir a um assalto. Qual seria nosso comportamento? Certamente iríamos blasfemar, jogar a culpa em Deus, quando Ele, todo Misericórdia, só deseja o bem dos seus filhos. Estes, por si, matam-se uns aos outros como animais irracionais. Este é o progresso a que chegou a humanidade: Atingiu excelência no campo material, na tecnologia, etc. Porém, no campo espiritual, continuamos como há milênios. Que Deus tenha piedade de nós!

Não, nunca vou me acostumar com a facilidade com que matam seres humanos. E por quê? E ninguém faz nada porque acham que nada podem fazer. Tudo é problemas das famílias. E por que também não cuidar das famílias?! MEU DEUS!SALVE-SE QUEM PUDER!!!

Por Bernardo Silva